Xangô

Xangô na Umbanda

O Rei da Justiça

Xangô reina como um dos Orixás mais venerados no Brasil na umbanda. Sua autoridade é incontestável, e sua justiça inspira tanto temor quanto respeito. Como rei de Oyó, na mitologia yorubá, Xangô governou com sabedoria e determinação, estabelecendo leis e ordenando a sociedade. Dessa forma, consolidou seu poder e garantiu sua posição como um líder justo e implacável.

Os Símbolos de Xangô

O oxé, um machado de duas lâminas, simboliza o poder de decisão de Xangô e representa sua justiça imparcial. Os raios e trovões, elementos que ele domina com maestria, reforçam sua força e autoridade. Além disso, as pedras, especialmente os meteoritos, concentram o poder espiritual de Xangô e o conectam diretamente às forças da natureza. Xangô as utiliza como ferramentas para manifestar sua vontade e exercer seu domínio na umbanda.

A Relação com Outras Divindades

Xangô estabeleceu relações complexas e intensas com outras divindades. Casado com Oxum, a orixá da beleza e dos rios, e além disso tendo tido um apaixonado romance com Iansã, a orixá dos ventos e das tempestades, Xangô protagoniza diversas narrativas do panteão yorubá. No entanto, suas relações nem sempre foram pacíficas. Frequentemente, ele se envolveu em conflitos com outras divindades, como Ogum, o orixá da guerra, demonstrando sua natureza combativa e sua busca incansável por justiça.

Os Filhos de Xangô

Os filhos de Xangô herdam, em grande parte, as características de seu pai. Assim sendo, são conhecidos por sua justiça, força de vontade e liderança. Entretanto, essa mesma força pode se manifestar como autoritarismo e teimosia. Consequentemente, os filhos de Xangô são frequentemente descritos como pessoas intensas e determinadas, que buscam sempre a verdade e a justiça.

História e na Cultura

Os africanos escravizados no Brasil sincretizaram Xangô com diversos santos católicos, como São Jerônimo, São João Batista e São Pedro, para preservar suas tradições e resistir à opressão. Dessa forma, fortaleceram sua presença na cultura brasileira e mantiveram viva sua fé. Atualmente, milhões de pessoas reverenciam Xangô e celebram sua figura em diversas festas e rituais.

Culto

O culto a Xangô na umbanda é marcado por rituais específicos e oferendas que demonstram a profunda devoção de seus seguidores. Por exemplo, os devotos oferecem acarajé, um bolinho de feijão fradinho frito em azeite de dendê, como uma oferenda tradicional. Além disso, as cores marrom, vermelho e branco são associadas ao orixá, e suas festas celebram sua fé e fortalecem seus laços comunitários.

Xangô e a Justiça

Xangô julga as ações humanas com imparcialidade, utilizando seu oxé como símbolo de sua justiça. Mas sua justiça vai além da punição. Ele busca a reabilitação e o aprendizado, sempre buscando restabelecer o equilíbrio cósmico. Dessa forma, Xangô se posiciona como um defensor da justiça social e da ordem.

Sexualidade

Apesar de ser frequentemente associado à justiça e à ordem, Xangô também possui um lado apaixonado e sensual. Seus relacionamentos com Oxum e Iansã revelam um lado mais humano e sensível do orixá. No entanto, a sexualidade de Xangô transcende a mera satisfação dos desejos. Ela representa, na verdade, a força vital, a criação e a renovação.

Xangô e a Política

Xangô era um líder nato, capaz de unir e guiar seu povo. Na atualidade, Xangô continua sendo uma inspiração para líderes políticos, que buscam em suas qualidades a sabedoria, a justiça e a capacidade de tomar decisões difíceis. Além disso, Xangô é invocado por aqueles que buscam justiça social e igualdade.

Xangô e a Natureza

Xangô possui uma forte conexão com a natureza. Ele domina os raios e os trovões, e as pedras concentram seu poder espiritual. Além disso, Xangô é frequentemente associado à terra, à agricultura e à fertilidade. Dessa forma, sua relação com a natureza é uma expressão de sua força criadora e de seu poder de transformação.

Ainda, no Santuário Nacional da Umbanda em São Bernardo do Campo – SP há um espaço dedicado para a entrega de oferêndas para esse Orixá.

CorMarrom (branco e vermelho)
Fio de ContasMarrom leitosa
ErvasErva de São João, Erva de Santa Maria, Beti Cheiroso, Nega Mina, Elevante, Cordão de Frade, Jarrinha, Erva de Bicho, Erva Tostão, Caruru, Para raio, Umbaúba. (Em algumas casas: Xequelê)
SímboloMachado
Pontos da NaturezaPedreira
FloresCravos Vermelhos e brancos
EssênciasCravo (flor)
PedrasMeteorito, pirita, jaspe.
Metalestanho
Saúdefígado e vesícula
PlanetaJúpiter
Dia da SemanaQuarta-Feira
ElementoFogo
Chacracardíaco
SaudaçãoKaô Cabecile (Opanixé ô Kaô)
BebidaCerveja Preta
AnimaisTartaruga, Carneiro
ComidasAgebô, Amalá
Numero12
Data Comemorativa30 de Setembro
Sincretismo:São José, Santo Antônio, São Pedro, Moisés, São João Batista, São Gerônimo.
Incompatibilidades:Caranguejo, Doenças
Qualidades:Dadá, Afonjá, Lubé, Agodô, Koso, Jakuta, Aganju, Baru, Oloroke, Airá Intile, Airá Igbonam, Airá Mofe, Afonjá, Agogo, Alafim

Veja também:

Rolar para cima