Oxalá

Oxalá na umbanda

Introdução

Olorum, demonstrando sua sabedoria divina, decidiu criar Oxalá, amplamente reconhecido como o pai de todos os Orixás. Desde o início, Oxalá desempenhou esse papel ao lado de Iemanjá, fortalecendo sua posição como uma figura central na mitologia iorubá. Além disso, essa parceria não apenas consolidou sua importância, mas também simbolizou a união harmônica entre o céu e o mar, o que reforça a ideia do equilíbrio essencial entre os elementos.

Mitologia de Oxalá

Conforme relatam as histórias da mitologia iorubá, Olorum confiou a Oxalá uma missão grandiosa e primordial: a criação do universo. Assim, Oxalá, como o primeiro Orixá, aceitou essa responsabilidade com determinação e, dessa forma, tornou-se o criador de todas as coisas. Ele moldou os seres humanos a partir do barro, dando-lhes forma e vida, o que evidencia sua posição de destaque. Além disso, sua união com Iemanjá não apenas gerou outros Orixás, mas também ampliou sua influência, assegurando a continuidade de sua obra no mundo. Dessa união, surgiu a linha do horizonte, que separa o céu do mar, simbolizando, mais uma vez, a harmonia entre os reinos.

Na mitologia iorubá, Oxalá recebe várias denominações, e cada uma delas reflete aspectos únicos de sua divindade. Por exemplo, como Oxalufã, ele aparece como o Oxalá mais velho, associado à sabedoria e à serenidade. Por outro lado, como Oxaguiã, ele se manifesta como o Oxalá mais jovem, simbolizando força e vigor. Além disso, nomes como Obatalá e Orixanlá destacam outras dimensões de sua essência divina, enriquecendo ainda mais sua complexidade.

Ademais, Oxalá não se limita apenas à formação da Terra e à criação dos seres humanos. Ele também desempenha um papel fundamental como governante sobre a vida e a morte, o que o coloca em uma posição de enorme relevância espiritual. Por ser filho de Olorum, ele ocupa um lugar de destaque na Santíssima Trindade da Umbanda, composta por Olorum, Oxalá e Ifá. Essa trindade, por sua vez, simboliza o Criador, o Filho do Pai e o Santíssimo Mistério. Dessa maneira, ela reforça a universalidade do conceito de divindade e destaca a centralidade de Oxalá como uma ponte essencial entre o Criador e sua criação.

Oxalufã e Oxaguiã

Oxalá reúne duas qualidades fundamentais que definem suas características e exercem uma influência direta na personalidade de seus filhos na umbanda. Essas qualidades, porém, manifestam-se de forma distinta em Oxalá Oxalufan e Oxalá Oxaguian, o que evidencia as particularidades de cada um.

Oxalá Oxalufã

Conhecido como o mais velho entre os Oxalás, simboliza a sabedoria acumulada ao longo do tempo. Seu templo principal, localizado em Ifon, reflete sua posição de destaque. Ele apresenta serenidade e paciência em sua postura, caminhando lentamente com o corpo curvado, características que mostram o peso dos anos e as limitações trazidas pela idade. Além disso, ele se apoia no Opaxorô, um bastão de metal branco ornamentado com a figura de um pássaro. Esse bastão, mais do que um suporte físico, representa sua conexão com a paz, a tranquilidade e a reflexão. Por meio de sua presença calma e equilibrada, Oxalufã incentiva seus filhos a buscar harmonia e a desenvolver sabedoria em todas as situações da vida.

Oxalá Oxaguiã

Expressa a energia vibrante e a força características da juventude. Como um Orixá combativo, ele se destaca por sua constante atividade e dinamismo. Seu templo principal, situado em Ejigbo, simboliza sua ligação com a inovação e a determinação. Sempre acompanhado de seus emblemas — um escudo, uma espada, uma mão de pilão e um polvarim — Oxaguiã reforça sua natureza guerreira e criativa. Sua relação especial com o inhame, seu alimento favorito, torna-se tão marcante que ele é conhecido como o “Orixá comedor de inhame pilado.” Além disso, ao criar o pilão, Oxaguian demonstrou sua habilidade de transformar ideias em ações concretas. Com uma atitude firme e severa, ele inspira seus filhos a enfrentar os desafios diários com coragem, perseverança e um espírito vencedor.

Enquanto Oxalufan destaca a importância da paciência e da paz como virtudes fundamentais, Oxaguian estimula seus seguidores a lutar com determinação e a cultivar força de vontade. Assim, essas qualidades, apesar de contrastantes, se complementam e definem a essência de Oxalá, influenciando profundamente aqueles que seguem seu exemplo e ensinamentos.

Oferendas e Saudações a Oxalá

Oxalá, reconhecido como uma divindade associada à pureza e à serenidade, se identifica com a cor branca e tem a sexta-feira como seu dia especial. Na Umbanda, o batizado desempenha um papel central como uma obrigação sagrada dedicada a Oxalá, simbolizando o compromisso com sua essência divina. Além disso, suas oferendas tradicionais incluem milho branco cozido sem sal, rosas brancas e vinho branco doce, todos escolhidos cuidadosamente para expressar devoção e pureza. É importante destacar que o dia de sua homenagem ocorre em 25 de dezembro, coincidindo com o Natal, um momento que fortalece ainda mais seu vínculo espiritual com a renovação e a luz. Quando os fiéis o reverenciam, utilizam sua saudação tradicional: “Êpa Babá!”, que invoca respeito e reverência.

Além disso, Oxalá se conecta profundamente com o elemento ar, que simboliza sua presença etérea e elevada na umbanda. Suas ervas sagradas, como o Tapete de Oxalá (Boldo), o Alecrim e o Manjericão, desempenham um papel fundamental em rituais e oferendas, representando assim renovação e harmonia. Essas plantas, com suas propriedades específicas, reforçam sua ligação com a paz e a serenidade, qualidades que definem sua essência e inspiram aqueles que o seguem a buscar equilíbrio e espiritualidade em suas vidas.

Características Gerais:

CorBranca
Fio de ContasContas e Missangas brancas e leitosas. Firmas Brancas.
ErvasTapete de Oxalá(Boldo), Saião, Colônia, Manjericão Branco, Rosa Branca, Folha de Algodoeiro, Sândalo, Malva, Patchouli, Alfazema, Folha do Cravo, Neve Branca, Folha de Laranjeira.(Em algumas casas: poejo, camomila, chapéu de couro, coentro, gerânio branco, arruda, erva cidreira, alecrim do mato,hortelã, folhas de girassol, agapanto branco, aguapé (golfo de flor branca), alecrim da horta, alecrim de tabuleiro, baunilha, camélia, carnaubeira, cravo da índia), fava pichuri, fava de tonca, folha de parreira de uva branca, maracujá (flores), macela, palmas de jerusalém, umbuzeiro, salsa da praia)
SímboloEstrela de 5 pontas. (Em algumas casas, a Cruz)
Pontos da NaturezaPraias desertas, colinas descampadas, campos, montanhas, etc...
FloresLírios brancos e todas as flores que sejam dessa cor, as rosas de preferência sem espinhos.
EssênciasAloés, almíscar, lírio, benjoim, flores do campo, flores de laranjeira.
PedrasDiamante, cristal de rocha, perolas brancas.
MetalPrata (Em algumas casas: platina, ouro branco).
SaúdeNão tem área de saúde específica, pois abrange todo nosso corpo e nosso espírito.
PlanetaSol.
Dia da SemanaTodos, especialmente a Sexta-Feira.
ElementoAr
ChakraCoronário
SaudaçãoExê Uêpe Babá
BebidaÁgua mineral, ou vinho branco doce ou vinho tinto doce.
AnimaisPomba Branca, Caramujo, coruja branca
ComidasCanjica, Acaçá, Mungunzá.
Numero10 (Oxalufã), 8 (Oxaguiã).
Data Comemorativa25 de Dezembro
SincretismoJesus. (Oxaguiã, Menino Jesus de Praga; Oxalufã, Senhor do Bonfim)
Incompatibilidades:Vinho de palma, dendê, carvão, roupa escura, cor vermelha, cachaça, bichos escuros. Lâminas (Oxalufã)
Saiba mais

Consulte nossa página sobre as sete linhas da umbanda para mais informações.
Aqui você também encontra mais detalhes sobre esse orixá.

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