
“Zé Pelintra, você não morreu, virou fumaça e desapareceu.“
Podemos dizer que essa frase resume bem a essência da linha dos malandros na Umbanda, como a fumaça que preenche cada aspecto das nossas vidas.
Seu Zé, nos ensina a enfrentar os desafios da vida com leveza e dessa maneira a encontrar formas de virar o jogo ao nosso favor.
História
Zé Pelintra atua como uma entidade do catimbó e da jurema, destacando-se assim como uma das figuras mais importantes nos cultos afro-brasileiros, especialmente na Umbanda.
Originária do catimbó, Zé Pelintra entrou na Umbanda quando os grandes centros urbanos do sudeste começaram a integrar áreas rurais e dessa forma estimular a migração de trabalhadores de diversas regiões do país.
Relatos indicam que Zé Pelintra nasceu em Bodocó, Pernambuco, próximo à cidade de Exu. Ainda criança, ele se mudou para Recife com sua família para escapar da seca. Pouco depois de perder a mãe aos três anos, cresceu em meio à malandragem, dormindo no cais do porto e, então, atuando como garoto de recados para as meretrizes. Ao atingir a idade adulta, tornou-se um homem alto, forte e amplamente respeitado em sua linha de trabalho. No entanto, foi encontrado morto aos 41 anos, sem qualquer vestígio de ferimentos. Além dessa versão, outras lendas também narram a origem desse distinto senhor.
Características
Ogum e Oxalá regem a linha dos malandros, tornando-os excelentes mantenedores da fé e da ordem. Eles apontam o caminho certo e nos ensinam, portanto, a manter a fé mesmo nos momentos mais difíceis. Esses guias nos lembram que, independentemente das circunstâncias, a vida vai melhorar e os problemas ficarão para trás. Apesar de enfrentar inúmeras dificuldades em vida, Seu Zé superou os obstáculos, mantendo sempre um sorriso no rosto e a esperança em dias melhores.
Seu Zé é amplamente reconhecido como patrono dos bares, da boemia e da jogatina. Além disso, muitos o chamam de advogado dos pobres, pois ele sempre ajuda com um sorriso no rosto, oferecendo suporte em questões domésticas, financeiras ou relacionadas a negócios.
Os malandros conseguem lidar com qualquer tipo de assunto, demonstrando uma capacidade espiritual elevada para resolvê-los. Além disso, eles curam, desatam nós, desfazem trabalhos negativos, protegem e abrem caminhos. Com essa versatilidade, transitam tanto na direita quanto na esquerda. Isso significa que podem atuar na linha de baianos, nos trabalhos com os guardiões da esquerda ou na própria linha de malandros, quando esta é organizada nos terreiros de umbanda.
Saudação:
Salve os malandros!, Salve a malandragem!
Velas e Oferendas:
Vela bicolor branca e vermelha, vela tricolor branca, vermelha e preta…
Comidas nordestinas como farofa, linguiça frita, abóbora com carne seca, rapadura, coco, etc.
Cerveja clara, cigarro, moedas, cartas…
Sugerimos ainda a leitura de nossa página sobre as sete linhas da umbanda para maior entendimento sobre como se relacionam os orixás e entidades da Umbanda.