Esse artigo sobre Psicofonia na Umbanda é parte de uma série de textos sobre tipos de mediunidades. Dessa forma a leitura é uma base interessante para os que tem interesse no desenvolvimento mediúnico bem como ao que desejam mais informações sobre o tema.
A Mediunidade Falante e Seus Mecanismos
Conceito e Importância
A psicofonia é a mediunidade que permite a comunicação oral de um espírito através do médium. Popularmente chamada de incorporação, esse termo pode levar a uma interpretação errada, pois o espírito não penetra no corpo do médium. O processo ocorre por sintonia vibratória, conectando-se por um laço fluídico com a mente do intermediário.
A Doutrina Espírita classifica essa mediunidade em consciente, semi-consciente e inconsciente. Independentemente do grau de consciência, o médium é responsável pelo controle e pela ordem do fenômeno. Portanto, sem educação mediúnica adequada, a comunicação pode ser prejudicada. A psicofonia permite diálogo direto com os espíritos, facilitando o esclarecimento e a doutrinação.
Embora ofereça vantagens, essa mediunidade exige análise cuidadosa. Nem sempre a manifestação comprova a identidade do espírito comunicante, podendo sofrer interferências. Contudo, é uma ferramenta eficaz na assistência espiritual, auxiliando na evolução dos espíritos e dos próprios médiuns.
Mecanismo
O processo mediúnico da psicofonia inicia-se quando o mentor espiritual aproxima-se do médium e aplica forças magnéticas no chacra coronário, ativando a glândula pineal. Esse efeito libera melatonina, que atua no córtex cerebral responsável pela fala. Assim, o médium perde o controle dos órgãos vocais, permitindo que o espírito comunicante se expresse.
Em seguida, os espíritos auxiliares aproximam o comunicante e realizam a ligação perispiritual pelo chacra laríngeo. Durante a comunicação, o espírito utiliza o conhecimento e a linguagem do médium, limitando a mensagem à capacidade intelectual do intermediário. Isso exige do médium aprimoramento contínuo, pois quanto maior seu preparo, mais clara e precisa será a comunicação.
Tipos de Psicofonia
Consciente
Nessa modalidade, o médium tem plena consciência do que ocorre. O espírito transmite telepaticamente seus pensamentos, que o médium falante expressa com suas palavras e estilo. Esse tipo é comum em pregadores e oradores, pois a comunicação flui de maneira natural.
O médium percebe a influência espiritual antes de falar, podendo avaliar a comunicação. Dessa forma, ele detém maior controle sobre o fenômeno, garantindo que a mensagem seja transmitida sem distorções. Na Umbanda, aproximadamente 28% dos médiuns psicofônicos apresentam esse padrão.
Semi-consciente
Aqui, o médium apresenta uma exteriorização parcial do perispírito. Dessa forma o espírito comunicante estabelece um contato perispiritual mais profundo, influenciando diretamente a fala do intermediário. O médium sente a influência espiritual, capta sua intencionalidade e pode intervir se necessário.
Ao término da sessão, o médium recorda apenas fragmentos do que foi dito, pois a memória consciente não retém toda a mensagem. Esse tipo é predominante na Umbanda, correspondendo a 70% dos casos.
Inconsciente
Neste caso, o médium exterioriza-se completamente, mantendo-se ligado ao corpo apenas pelo cordão fluídico. O espírito comunicante assume total controle dos órgãos vocais, expressando-se com seu próprio estilo e vocabulário. Dessa forma, gestos, timbre de voz e emoções do comunicante tornam-se evidentes.
Ao recobrar a consciência, o médium não lembra do que foi dito. Esse tipo de psicofonia ocorre em apenas 2% dos casos. Certamente então a sua vantagem reside na maior autenticidade da mensagem, permitindo que o espírito comunicante se expresse livremente, sem interferência do médium.
Conclusão
A psicofonia é uma mediunidade poderosa e amplamente utilizada nas sessões mediúnicas. Seu potencial reside na capacidade de facilitar o diálogo direto entre os planos espiritual e material, proporcionando esclarecimento, conforto e orientação.
O aprimoramento moral e intelectual do médium influencia diretamente a qualidade das comunicações. Portanto, é essencial que ele se dedique ao estudo e à prática disciplinada, garantindo que o fenômeno ocorra com ordem e respeito. Quando bem conduzida, a psicofonia se torna um instrumento valioso de caridade e evolução espiritual. Na umbanda essa mediunidade faz parte do processo de incorporação muitas vezes embora nem todos os guias incorporados falem.
