A Concepção Dificultosa
Iemanjá, a rainha do mar, desejava ardentemente ser mãe. No entanto, a maternidade parecia ser uma benção distante. Após muitos anos de tentativas frustradas, decidiu buscar a sabedoria dos adivinhos. Então, seguindo seus conselhos, Iemanjá iniciou um ritual: a cada cinco dias, levava oferendas ao rio, acompanhada de crianças. Em um pote branco, trazia água fresca para beber e para banhos.
O Nascimento de Oxum
Após um longo período de espera e devoção, Iemanjá finalmente sentiu os primeiros sinais da gravidez. Mesmo assim, não deixou de cumprir os rituais prescritos por Ifá. Um dia, após entregar as oferendas ao rio, as dores do parto se intensificaram. Sozinha, afastada das crianças, Iemanjá deu à luz Oxum, sua primeira filha.
Um Desafio Inesperado
A alegria da maternidade logo se transformou em preocupação. O umbigo de Oxum não parava de sangrar, resistindo a todos os cuidados de Iemanjá. Desesperada, a rainha do mar voltou a consultar Ifá. Assim, os adivinhos indicaram um tratamento especial: banhar a criança com água fria e buscar a ajuda de Ogum, o orixá guerreiro.
A Intervenção de Ogum
Então Ogum, conhecido por sua força e sabedoria, não hesitou em ajudar Iemanjá. Consultando Ossaim, o orixá das ervas, ele descobriu a cura para a pequena Oxum. Na mata, coletou folhas de língua-de-vaca e pimentas verdes, preparando um remédio eficaz. Dessa forma, com a aplicação do remédio, o sangramento cessou e Oxum recuperou a saúde. Desse modo, Oxum foi curada por Ogum.
A Beleza e a Sabedoria de Oxum
Oxum cresceu forte e saudável, tornando-se uma jovem de beleza radiante. A filha de Iemanjá e Ogum herdara a beleza da mãe e a força do pai. Além disso, possuía uma sabedoria ancestral, herdada dos orixás. Sua história, repleta de desafios e superação, inspirou gerações e a consagrou como uma das divindades mais veneradas nas religiões de matriz africana.
