Guias de Pescoço

Guias de Pescoço

Definição e Propósito das Guias

As guias utilizadas na Umbanda são colares coloridos que fazem parte do uniforme dos médiuns. Esses objetos funcionam como para-raios espirituais, absorvendo energias negativas e protegendo seus portadores. Para cumprir essa função, Guias e Protetores espirituais precisam imantá-las, tornando-as instrumentos essenciais para diversas ocasiões dentro da religião.

OBS: Cada casa tem suas regras e fundamentos na confecção e utilização das guias. Sempre consulte o dirigente da casa que frequenta para saber e utilizar o fundamento correto ao trabalhar em suas próprias guias.

A guia precisa passar pelo ritual de “cruzamento” para garantir sua proteção. Embora qualquer pessoa possa adquiri-la, um sacerdote preparado deve realizar o ritual apropriado. No entanto, é necessário cautela para evitar charlatões. Assim sendo, a fé se torna essencial para que a guia exerça seu papel.

Nos terreiros, ninguém recebe uma guia de maneira aleatória. Antes de usá-la, o indivíduo precisa demonstrar comprometimento com a religião e compreender sua função. Dessa maneira, as guias não servem apenas para proteção, mas também facilitam a conexão psíquica entre o médium e os Espíritos, auxiliando em tratamentos espirituais e emissões energéticas.

Confecção e Material das Guias

As guias precisam ser confeccionadas com materiais naturais, pois esses elementos conduzem melhor a energia. Por isso, utilizam-se sementes, madeira, conchas, pedras preciosas e semipreciosas, cristais, dentes de animais e metais. O uso de plástico ou qualquer material artificial não é aceitável, pois esses elementos não possuem propriedades energéticas adequadas.

A confecção segue padrões estabelecidos pelas entidades e pela doutrina da casa. Ninguém deve escolher uma guia apenas por estética ou conveniência. Muitas vezes, as entidades pedem que os filhos montem suas próprias guias, pois esse processo pode representar um teste de fé e paciência. Frequentemente, a guia se rompe várias vezes antes de ser finalizada, simbolizando a necessidade de persistência e dedicação.

Após a conclusão, o processo de descarrego e cruzamento precisa ocorrer. Cada terreiro estabelece métodos específicos para essa preparação, como a colocação no conga ou a imersão em misturas de ervas ou sal grosso. Somente após essa consagração, a guia estará pronta para uso.

Tipos e Suas Finalidades

A Umbanda possui quatro tipos principais de guias:

  1. Guia de Proteção: Indicada para médiuns iniciantes, podendo ser uma guia de Oxalá, de Sete Linhas ou personalizada conforme a doutrina do terreiro. A guia de Oxalá, de cor branca, representa Jesus, enquanto a de Sete Linhas, composta por sete cores, simboliza os Orixás da Umbanda.

  2. Guia de Tratamento: Essencial para processos de cura espiritual. Geralmente, utiliza-se a guia branca, associada a Oxalá, por proporcionar efeito psicológico positivo. A fé do paciente influencia diretamente os resultados.

  3. Guia do Orixá: Confeccionada conforme a vibração do médium e a linhagem de suas entidades. Costuma ter a cor predominante do Orixá correspondente. Por exemplo, filhos de Ogum utilizam guias vermelhas, enquanto filhos de Oxossi preferem as verdes.

  4. Guias das Entidades: Não seguem um padrão fixo. Cada entidade solicita a sua conforme suas necessidades e simbologia. Elementos como dentes, coquinhos e pedras costumam intensificar a vibração desejada.

Uso e Posicionamento

Os médiuns utilizam guias de diversas maneiras, e cada posição carrega um significado específico:

  • No pescoço: Fortalece a conexão mental entre o médium e a entidade, facilitando a incorporação e a comunicação espiritual.

  • Atravessada no peito: Geralmente utilizada para trabalhar questões emocionais. A entidade pode recomendar essa posição para equilibrar as emoções do médium.

  • Na mão ou pulso: Quando a entidade enrola a guia nas mãos, ela canaliza ou retira energias do consulente.

  • No chão, formando um círculo: Esse posicionamento cria um campo magnético onde a entidade trabalha energeticamente as cargas trazidas pelo consulente.

Considerações Finais

As guias representam elementos ritualísticos pessoais e exigem uso responsável. O manuseio inadequado pode gerar contaminação vibracional, comprometendo a proteção espiritual. Cada guia precisa passar por descarrego e limpeza regulares para manter sua eficácia.

Ademais, o uso excessivo de guias pode prejudicar a sintonia do médium, atraindo diversas falanges ao mesmo tempo. Portanto, seguir a orientação da entidade se torna essencial para evitar interferências desnecessárias.

Dessa forma, respeitar as guias significa utilizá-las apenas em momentos apropriados e dentro dos limites estabelecidos pelo terreiro. Sendo sagradas, exigem um tratamento digno e comprometido para cumprirem seu papel de proteção e fortalecimento espiritual.

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